Dor de cabeça sensorial
- Mico
- 13 de mar. de 2020
- 3 min de leitura
Quando eu estava grávida de mais ou menos 4 meses ou 5, e o meu Instagram tinha basicamente virado uma página de sugestões de contas de mulheres grávidas, doulas, partos, fraldas, fotos de bebés, publicidades da Pat Pat e outras roupas infantis; dei de caras com uma pagina fantástica chamada Lar Montessori.
A pagina era a fascinante e eu nunca tinha ouvido falar de nada disto então atirei no google.
O primeiro artigo que me apareceu foi este aqui, outra vez do Lar Montessori.
Li o artigo até ao fim e reencaminhei para a minha mãe que, sem saber, me tinha dado uma educação Montessoriana.
Há quem odeia a educação que recebeu e há quem goste.
Eu sou das que gosta.
A minha mãe sempre me educou num mundo colorido, com canetas, papel, lápis, mil actividades e trabalhos manuais. Sempre me responsabilizou pelos meus actos e não me lembro dela precisar ficar em cima de mim para eu estudar.
Dessa altura em diante, e de forma muito natural, comecei a pesquisar sobre Montessori e Waldorf.
E no decorrer da gravidez, ia partilhando com a minha mãe e o Mr. M um monte de coisas engraçadas que poderíamos fazer para a Baby M desenvolver.
Uma das actividades mais engraçadas que vi, foi um vídeo de um bebé em cima de gelatina ou de slime, não sei bem e a cara dele, completamente louca com aquelas sensações todas.
Há algumas semanas atrás comecei então a "picar" a minha mãe para fazermos a nossa mesa sensorial para a Maísa.
Começamos por trocar um monte de mensagens e de fotografias de inspiração, mas nada era bem o que queríamos nem o que conseguiríamos fazer.
A que mais nos inspirou foi uma bem simples, com papel bolha, relva, vários tipos de tecido cortado e colados numa tábua de madeira. Nada de muito elaborado, mas dentro da realidade que seria um nosso atelier, algo bem viável de se fazer.
Antes de continuar, quero dizer que este trabalho demorou quase 15 dias para ficar completo.
Depois das fotografias de inspiração, começamos à procura dos "ingredientes" desta tábua. A minha mãe mergulhou no estúdio e começou à procura, à procura, à procura. Foi uma quantidade infinita de coisas que ela encontrou por lá, tudo organizado em função do artigo. Umas coisas eram muito pequenas e ela poderia engolir, outras eram um pouco desinteressantes para esta altura, mas algumas, várias, eram seguras.
Enquanto reuníamos elementos diferentes desde tecidos, esponjas, conchas, procurávamos também uma tábua que serviria para fazer a nossa MEGA actividade sensorial. Falei com o meu carpinteiro, que me arranjou uma tábua de contraplacado, mas depois encontramos também em casa umas tábuas que eu tinha usado no meu Chá Revelação e depois de imensos debates, decidimos seguir com aquelas. Nesta altura já tínhamos envergado por um caminho em que todo lado onde olhávamos, dizíamos "isto é sensorial!!!"
Para quem não conhece a minha mãe, ela é super bricolose, em casa temos tico-tico, tem berbequim, tem todos os tamanhos de camarões, pregos e parafusos que possam imaginar, quilómetros de fitas de cetim, corda, ráfia, litros de tintas, vernizes, colas de todos os tipos.
A avó sugeriu cortar os cantos, para ficarem arredondados, e assim seguimos.
Nas nossas pesquisas, tínhamos encontrado uns metros de um tecido de algodão fino preto. À noite, forramos a tábua de tecido, com agrafos. Voltei a por tudo em cima da tábua à espera que aquilo magicamente se organizasse à minha frente mas isso nunca chegou a acontecer.
Nessa noite optamos por não fazer mais nada para além de agrafar o tecido.
Eu não estava satisfeita com o aquele resultado, os tecidos estavam todos a desfazerem-se nas bordas, a mesa parecia desarrumada e desmazelada.
Nesse fim de semana, não chegamos a fazer mais nada. Eu precisava de pensar melhor como organizar aquilo tudo.
A semana correu e, fez-se luz! A solução eram pequenas molduras à volta de cada tecido, para esconder a miséria!
No fim de semana a seguir, cheguei à avó da criança e cortei todas as janelinhas para os tecidos em papel esponja, colei todas com cola de tecido.
Os restantes elementos que tínhamos soltos, como esponjas, escova, conchas e outros, colei em cima dos rectângulo de tecidos que sobraram das janelas.
Com as cordas fiz tranças, e os restantes elementos de pendurar, instalamos um gancho para ficar organizado quando estivesse encostada.
O resultado final, vou confessar, ficou muito melhor do que eu esperava.
Agora é só brincar...

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