IKIGAI ou a receita japonesa para a felicidade
- Mico
- 13 de nov. de 2020
- 2 min de leitura
[Texto de 2018]
Num século em que a satisfação é passageira, breve e instantânea; num tempo em que andamos todos mergulhados nos nossos telefones seja no trabalho, seja em casa, na rua, no parque ou na praia, a felicidade passou a ser um conceito conhecido por todos mas praticado por poucos.
- O quê que tu queres da tua vida?
- Ser feliz.
- E o quê que te faz feliz?
É quando esta pergunta se torna difícil de responder que a dúvida se instala.
Damos respostas vagas, meias-verdades para nos convencermos e mentiras parciais que não comprometem ninguém para além de nós mesmos.
Uns respondem “a minha família”, mas passam a maior parte do tempo longe dela.
Outros respondem “o meu emprego”, mas acordam sem qualquer vontade de sair de casa.
Outros ainda vão responder “a vida” sem nunca ter parado realmente para entender se fazem, todos os dias, o que lhes dá realmente prazer ou aquilo que a sociedade lhes disse, um dia, que tinha que ser feito.
O quê que nos faz todos os dias sair da cama de manhã?
A paixão que sentimos pelo nosso trabalho ou as contas que temos que pagar no fim do mês?
A missão de educar os nossos filhos para o mundo ou a responsabilidade e a obrigação de o fazer?
E quando nos deitamos?
É apenas com uma sensação de cansaço ou também com profundo sentimento de dever cumprido?
IKIGAI, no Japão, é “uma razão para viver”. Sério… perguntem aos senhores da NEC - fornecedores Japoneses da Angola Cables - se não é verdade.
Combina, basicamente, 4 simples (mas consideradas vitais) partes da nossa vida: a nossa vida profissional, a nossa vida pessoal, a nossa vida económica e a nossa contribuição para o mundo.
Dificilmente, no mundo moderno, se consegue o Ikigai porque, o nosso lugar no mundo se tornou, ao mesmo tempo, uma ameaça para o equilíbrio fundamental da natureza, do ambiente; um perigo para a conservação desta terra onde vivemos.
Pelo menos é o que dizem os telejornais.
Somos bons no que fazemos e fazemos o que amamos, logo descobrimos a nossa paixão.
Somos pagos por fazer aquilo no que somos bons e conseguimos uma profissão.
Mas falta, a muitos, entender a sua vocação e a sua missão porque afinal, do quê que o mundo precisa?
E é nessa pergunta que está toda a força motora do Ikigai.
Ele nos obriga a sermos activos, presente e dedicado, todos os dias, na nossa contribuição.
É nesse “o que o mundo precisa” que estão os nossos filhos e a educação que lhes damos para se tornarem seres humanos bons e adultos com valores morais.
É no “que o mundo precisa” que está a nossa colaboração para um país e uma economia melhor.
A nossa contribuição para um mundo com menos guerras, menos descriminação, menos fanatismo, menos opressão e mais tolerância, mais respeito, mais esperança, mais amor.
Aqui, o “deixa-que-eu-deixo” torna-se um cancro.
A passividade, a rotina, o conformismo, o piloto automático e a comparação com os outros são doenças contagiosas.
Ikigai não é algo grandioso, extraordinário nem impossível de se conseguir.
É algo muito prático.
É um comprimido diário que devemos tomar para uma vida com propósito.
É preciso avaliarmo-nos, desafiarmo-nos, reinventarmo-nos.
Todos os dias evoluir, melhorar, contribuir.
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